em Drenagem Urbana, Inundações, Meio Ambiente, Políticas públicas, Saneamento

Todos os anos, a humanidade sofre prejuízos bilionários com danos causados por desastres naturais. Só em 2017, esses eventos causaram um prejuízo recorde no mundo de US$ 330 bilhões, em um levantamento das seguradoras (Estadão/Sustentabilidade). Estudos da ONU estimam que o prejuízo médio anual entre os anos de 1995 e 2015 foi de US$ 250 bilhões. Com essa situação alarmante, os esforços para a redução dos prejuízos causados pelos desastres naturais vêm ganhando novas formas de abordagem, como pontuou o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, em sua pronunciação no dia internacional para a redução do risco de desastres:

O desafio é passar do gerenciamento de desastres para o gerenciamento do risco de desastres. A pobreza, a rápida urbanização, a governança deficiente, o declínio dos ecossistemas e as mudanças climáticas estão impulsionando o risco de desastres em todo o mundo. (António Guterres, ONU)

Nesse quadro de crescimento contínuo do número de eventos e prejuízos resultantes, as inundações ocupam lugar de destaque. De todas as ocorrências de desastres registradas entre 1995 e 2015, 43% foram desencadeadas por eventos de inundações.

A situação fica mais grave quando são consideradas pessoas afetadas. Nesse caso, mais da metade (56%) das pessoas que foram afetadas por algum desastre natural nesse período foi atingida por uma inundação, com um alto índice de letalidade, alcançado 1/4 (26%) de todas as mortes registradas.

Em um levantamento de grandes eventos registrados entre as décadas de 50 e 90 do século passado (1950-2000), o comportamento do número de eventos por década mostra um aumento de cerca de 1.850% nesses 50 anos só nos continentes americanos (Millenium Ecosystem Assesment).

O Brasil apresenta uma situação muito delicada nesse espectro dos desastres naturais, ocupando a 7ª posição no ranking mundial de países com maior número absoluto de afetados por inundações (ONU Weather Disasters Report 2015).

Entre 2000 e 2015, as chuvas afetaram mais de 13 milhões de pessoas em todo o Brasil (EM-DAT, Emergency Events Database). O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais – 1991 a 2012 (CEPED UFSC) mostra uma clara tendência no aumento dos eventos de origem hidrológica (inundação, enxurrada e alagamento).

Tudo isso reforça a grande importância dos investimentos para redução dos prejuízos das inundações. Assim como o sr. Guterres ressaltou, também acreditamos na abordagem sobre as enchentes com foco no gerenciamento dos riscos de inundações. Por isso, dedicamos parte de nossos estudos à inovação no campo da gestão de riscos, com aplicação às inundações. No campo acadêmico, já temos inúmeros exemplos de avanços que caminham para melhores práticas na gestão das cidades com fins de torná-la mais sustentáveis e resilientes.

A aplicação do sistema de modelagem computacional integrada nos permite cruzar diversas informações relevantes para o planejamento urbano com os perigos oriundos dos eventos de inundações, representados pela profundidade máxima de alagamento, pelo fator de velocidade dos escoamentos e pelo tempo de permanência de áreas alagadas. Com vastas possibilidades de aplicação, já foram elaborados diversos indicadores e índices de vulnerabilidade socioeconômica, de susceptibilidade física, de riscos setoriais e de resiliência, entre outros.

 

Estudo de caso com aplicação da modelagem integrada e possíveis camadas de informação oriundas do mapeamento das inundações.

Com o uso dessas ferramentas, podem ser estimadas as perdas previstas com eventos climáticos pré-determinados, com probabilidades de ocorrência associadas, além de eventos futuros com alto grau de incerteza, como impactos das mudanças climáticas. O potencial da modelagem computacional integrada é imenso, possibilitando sua aplicação para avaliação de risco ou de impacto de empreendimentos individuais até a análise de risco de cidades inteiras, subsidiando um planejamento urbano e territorial mais efetivo, no que tangem aos riscos de inundações.

O fato é que investir na redução de risco traz retornos substanciais para toda a sociedade.

Se quiser saber mais sobre as potencialidades desse sistema, entre em contato com a gente. Ficaremos felizes em conversar mais.

Abraços

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