em Meio Ambiente, Recursos Hídricos

Foto de capa: Waldemir da Cunha (Fonte: https://tocadobuck.blogspot.com/2010/10/imagens-paraiba-do-sul-historia-de-um.html)

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O rio Paraíba do Sul é um rio estratégico. Passa por três Estados brasileiros de grande importância politica, econômica e social. Suas águas são fonte de energia para várias hidroelétricas, movem os setores industriais, agrícola e pesqueiro, além de abastecer mais de 9 milhões de pessoas. Porém, apesar de ser um rio fundamental para os diversos usuários da água, que podem estar próximos e também distantes de seu curso, este apresenta uma grande e crescente degradação ambiental, o que cria conflitos ainda maiores perante o uso da água.

O rio Paraíba do sul nasce na Serra da Bocaina no Estado de São Paulo e em seu percurso de aproximadamente 1.200 Km, ajuda na delimitação entre os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sua bacia hidrográfica tem cerca de 56.000 Km², sendo 39% dentro do território fluminense, 37% mineiro e 24% paulista.

Na década de 50, o desenvolvimento urbano-industrial da Região Sudeste trouxe grande demanda por energia e por água, o que ocasionou na implantação de aproveitamentos hidroelétricos, na instalação de indústrias e no crescimento de pequenas cidades do interior, na bacia do rio Paraíba do Sul.

Porém junto ao crescimento, que trouxe desenvolvimento e dinheiro para a região, veio também a degradação do meio ambiente. O que antes era um local de lazer, onde as pessoas pescavam e nadavam, hoje, o rio apresenta trechos altamente poluídos impossibilitando as atividades praticadas no passado. Barragens de hidroelétricas, desvio do curso, ocupação das margens, despejos urbanos e industriais, agrotóxicos, retirada de areia e desmatamento são os causadores da grande degradação.

Atualmente, o maior vilão da péssima condição da água do Paraíba é o esgoto doméstico. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), apenas 15% dos esgotos gerados na região são tratados, cerca de 54.570.000 de m³/ano. Os outros 309.380.000 de m³ de esgoto são lançados sem nenhum tratamento neste rio.

 

Foto de Gustavo Stephan/ O Globo.

 

 

Um bom indicador para a qualidade de água é a população de peixe, que já foi reduzida devido à dificuldade da realização da piracema depois da implantação das barragens das centrais hidroelétricas. Hoje pesquisadores regulam a situação da água através dos peixes que respondem proporcionalmente as intervenções realizadas na bacia do Paraíba do Sul, apresentando resultados auxiliam nas tomadas de decisões. Os índices ajudaram tanto a criação das metas do Plano de Ação Nacional Paraíba do Sul, onde será necessário investir R$17 milhões, quanto na definição das prioridades do Comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), que pretende gastar R$32 milhões com projetos de esgotamento sanitário nos próximos quatro anos.

Mas por enquanto, poucas ações foram implantadas e em consequência disso a CEDAE precisa gastar 318 toneladas de produtos químicos por dia para tratar a água da estação Guandu. O que provavelmente onera bastante o preço da água fornecida para as 9 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ).

Para mais informações sobre a transposição do Rio Paraíba do Sul e abastecimento da RMRJ leiam o post “Transferências Hídricas”.

 

 

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Mostrando 5 comentários
  • José Arimateia Landim
    Responder

    Na minha escola, me ensinaram que o Rio Paraiba do Sul nascia em Paraibuna, no bairro da Barra,do encontro dos rios Paraibuna com o rio Paraitinga. Mudou???

  • Claudio
    Responder

    O MAIS ENGRACADO E QUE NINGUEM NESSE PAIS -A IMPRENSA CALADA E COMPRADA, INCLUSIVE, CORRUPTA E IMORAL, FALA SOBRE A EXPLORACAO DE EMPRESAS SOBRE OS NOSSOS RIOS, O PARAIBA DO SUL E OUTROS TANTOS, , MUITAS DESTAS EMPRESAS-mineradoras e outras- QUE DESTROEM A NATUREZA-JA SENTIMOS A FALTA DAGUA E POLUICAO…TAIS EMPRESAS SAO PROPRIEDADE DE POLITICOS .

  • Ricardo Castro Nunes de Oliveira
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  • Ricardo Castro Nunes de Oliveira
    Responder

    Prezada Luiza,
    Embora de fundamental importância para todos os brasileiros o rio Paraíba do Sul e sua bacia hidrográfica vem suportando uma crescente degradação que acabará superando a sua capacidade de resiliência. Ficará como legado para futuras gerações não um rio na sua plenitude, capaz de servir a múltiplos usos recreação e contemplação mas apenas um canal artificializado e que talvez nem supra as necessidades mínimas de oferta hídrica no futuro.
    Por toda a bacia hidrográfica crescem as ocupações irregulares em APPs, erosões e poluição do corpo hídrico. As alterações no regime histórico de sedimentos pode inclusive acabar se convertendo num enorme problema de estabilidade para a costa.
    Mas em que pese todos esses alertas o rio e seus principais afluentes como por ex: Sesmaria, Preto, Bananal, Carangola, Piraí, Paraibuna, Pomba, Muriaé e Itabapoana, ainda não tiveram as suas APPs e áreas marginais de domínio da União demarcadas. Embora algumas dessas leis (demarcação das áreas da União) tenham sua promulgação na época imperial quase nada foi realizado. Trata-se com enorme descaso bem de uso comum do povo protegido pela nossa constituição. Permite-se a ocupação irregular dessas áreas por pura inércia administrativa.
    Lamentavelmente temos que concordar com as palavras da promotora Anaíza Miranda, “O Paraíba do Sul morre em 2013. Ele passa a ser qualquer outra coisa, mas não um rio como conhecemos ainda hoje.” .
    Abraço,
    Ricardo Castro Nunes de Oliveira

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