Lapa – Matando a sede dos cariocas

Sexta-feira à noite, dia de sambinha e forró, e muitos cariocas rumam à Lapa para curtir a noite. A Lapa é uma região democrática, em que todas as tribos são aceitas, desde os mais arrumadinhos aos mais alternativos. É lá que, hoje, estão localizados os points do momento e onde o final de semana se estende até domingo. No carnaval, é ponto de encontro e de passagem de muitos blocos. Uma animação só! Ao longo do ano, diversos shows acontecem, do funk ao rock, passando por sambinha, forró, MPB, e muitos outros estilos.

A noite na Lapa é muito animada

A Lapa é tão famosa que até a Madonna já esteve por lá, curtindo um show no Circo Voador, quando ainda namorava um brasileiro.

Madonna e seu namorado, curtindo a noite na Lapa

Mas não é só de boemia que esse bairro carioca vive. Ali, presente em todas as festas, testemunha de tudo o que acontece nas redondezas, está ele, um de nossos belíssimos cartões postais: o Aqueduto da Carioca. Não sabe de quem estou falando? É porque, pros íntimos, ele é conhecido como “Arcos da Lapa“.

O aqueduto foi construído em 1723 e tinha como objetivo conduzir a água do rio Carioca da altura do Morro do Desterro (atual bairro de Santa Teresa), para o Morro de Santo Antônio. A obra ajudaria a resolver o antigo e recorrente problema da falta de água na cidade. Os estudos para levar as águas do rio Carioca para a cidade começaram nos primeiros anos do século XVII, mas as obras de instalação de canalizações de água no Rio de Janeiro só tiveram início um século depois.

Aqueduto da Carioca na época colonial

Mas afinal de contas, o que é um aqueduto? Como eles surgiram?

Aqueduto é um canal ou galeria, subterrâneo ou à superfície, construído com a finalidade de transportar grandes quantidades de água. Normalmente, são construídos sobre arcadas.

Os arcos, que geralmente são como um símbolo para os aquedutos, não devem ser confundidos com o aqueduto em si. Estes arcos, em alguns casos construídos em vários níveis,  serviam para suportar os aquedutos quando estes atravessavam vales ou rios.

Os aquedutos romanos eram construções sofisticadas. Funcionando por gravidade, o aqueduto percorria muitos quilômetros de forma eficiente. A soma das vazões dos aquedutos da cidade de Roma era de, aproximadamente, 1 milhão de m³/dia. Além da experiência necessária para construir os aquedutos, os romanos possuíam amplo sistema de manutenção, reparos e limpeza destes sistemas. Aliás, vem dos romanos a maior influência sobre a construção de aquedutos como o que temos no Rio de Janeiro. Muitas cidades ainda usam esses aquedutos, construídos há muitos e muitos anos atrás, como forma de abastecimento.

À época do império romano, Roma era a cidade que possuía a maior quantidade de aquedutos do mundo, contando com um sistema de 11 aquedutos, numa extensão de 416 km (entre elevados e subterrâneos). No entanto, com a queda deste império, alguns deles foram cortados pelos inimigos. Outros, caíram em desuso pela falta de manutenção adequada.

Veja a seguir algumas fotos de aquedutos famosos que ainda estão de pé e, em alguns casos, funcionando!

Aqueduto das Águas Livres, Portugal

Pont du Gard, França

Aqueduto de Segóvia, Espanha

Aqueduto Ponte delle Torri, Itália

Da próxima vez em que você for para uma noitada na Lapa, não deixe de apreciar este belo cartão postal, relíquia da época de colonização do Brasil e que não foi criado apenas para transportar o bonde…