em Meio Ambiente, Políticas públicas, Recursos Hídricos

Foto de capa: Imagem MODIS capturada por NASA’s Aqua satellite, domínio público, via Wikimedia Commons.

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O ciclone tropical Idai atingiu a região central de Moçambique, no dia 14 de março de 2019, com ventos na faixa de 170 km/h, se deslocou para o interior e atingiu o Zimbabwe e depois o Malawi.

Fonte: correio24horas.com.br – Foto: AFP.

Ciclones são fenômenos naturais caracterizados por uma região de baixa pressão atmosférica que converge correntes de ar para seu centro, o que resulta em ventos de grande velocidade em movimento circular, como um redemoinho. Os ventos se movimentam em sentido horário no hemisfério Sul e sentido anti-horário no hemisfério Norte. Os ciclones tem um grande poder destrutivo e são acompanhados de fortes chuvas.

O quadro resultante do ciclone Idai nas áreas atingidas é devastador. A cidade da Beira, segunda maior cidade de Moçambique, foi a primeira a ser atingida e a que sofreu os maiores impactos em área urbana. Estima-se que cerca de 90% da cidade da Beira tenha sido destruída. As províncias de Manica, da Zambézia, de Tete e de Inhambane também foram afetadas, a primeira em maior grau.

A passagem do ciclone causou extensos alagamentos que cobriram muitas áreas. Localidades inteiras desapareceram e, com elas, seus moradores. Há áreas isoladas e inacessíveis por terra e até mesmo por helicópteros.

Moçambique, que já vinha enfrentando cheias, viu sua situação piorar com a passagem do ciclone. Mesmo após a dissipação do fenômeno, as chuvas continuaram a cair o que obrigou a abertura de comportas de barragens no Zimbabwe, para evitar o rompimento. Essa situação elevou o nível de rios e córregos, provocando mais inundações.

Calcula-se que o número de desabrigados seja de centenas de milhares. O número de vidas perdidas já passa de 800 e ainda há centenas de desaparecidos. Foram 501 mortos apenas em Moçambique. Estima-se que cerca de 1,7 milhão de pessoas sentem os efeitos do ciclone. As grandes cheias causadas pelo ciclone provocaram um surto de cólera na região, além da possibilidade de malária e outras doenças que podem levar mais pessoas a óbito. Segundo o governo de Moçambique, já foram registrados 517 casos de cólera apenas na cidade de Beira.

Fonte: www.cmjornal.pt – Foto: Reuters

As consequências devastadoras de um fenômeno como o ciclone Idai são ainda maiores em países com infraestrutura precária e alta vulnerabilidade social, como é o caso de Moçambique. Apesar do recente crescimento econômico, devido à descoberta de grandes reservas de gás, o país é um dos mais pobres do mundo, apresenta um dos menores IDH (índice de desenvolvimento humano) e enorme desigualdade social – está entre as 10 maiores.

Com o avanço da ciência e da tecnologia há um entendimento melhor dos fenômenos naturais (veja um exemplo aqui). Hoje já é possível prever a ocorrência e o percurso desses eventos e contribuir para salvar vidas com o uso de sistemas de alerta. O conhecimento desses fenômenos também contribui na criação de infraestruturas mais adequadas, que podem proteger as cidades e reduzir o poder de destruição de ciclones, inundações, etc.

Quanto mais estudamos os fenômenos complexos, maior é a nossa condição de nos preparar para eles e de minimizar os impactos desses fenômenos nas nossas vidas e nas nossas cidades. Dessa forma, será maior a capacidade de resposta das cidades e menores os esforços para reconstrução de áreas afetadas, em outras palavras, será possível construir cidades mais resilientes.

Como Osvaldo escreveu no post ÍNDICE DE RESILIÊNCIA ÀS INUNDAÇÕES – IRES, o conceito de resiliência urbana consiste na habilidade de uma cidade de resistir e/ou se recuperar de acontecimentos não planejados ou associados a desastres naturais.  Para saber mais sobre resiliência, clique aqui.

Infelizmente, Moçambique, Zimbabwe e Malawi não são países com condições de se recuperar de acontecimentos associados a desastres naturais, ou seja, não são países resilientes. Portanto, toda ajuda é muito bem vinda!

Veja abaixo como ajudar as áreas atingidas pelo ciclone Idai:

Criada por entidades de Moçambique, a  Central de Apoio aceita doações em alguns endereços do país, via transferência internacional e presencialmente, além de ajudar na busca de pessoas desaparecidas. Mais informações aqui.

A organização Médicos sem Fronteiras cuida da saúde da população em situações de crise humanitária. Para ver como doar para essa organização clique aqui.

A ActionAid leva suprimentos para os sobreviventes do desastre. Informações sobre como doar aqui.

 A Junta de Missões Mundiais – JMM, ligada à Convenção Batista Brasileira, tem uma equipe atuando na região e aceita doações em dinheiro pelo seu site.

O Unicef ajuda algumas das crianças desabrigadas pela passagem do ciclone. Para doar para o Unicef, agência da ONU para a infância clique aqui.

 

 

 

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