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A notícia de forte ressaca assustou os cariocas nesta semana. O mar invadiu e interditou o trânsito de duas das faixas da Av. Atlântica em Copacabana. Ondas de 1,5m puderam ser vistas na Enseada de Botafogo e no Aterro do Flamengo, situação totalmente atípica, porque ali geralmente só há calmaria (mar Flat).  Em todo o litoral do estado do Rio de Janeiro, ondas de até 3 metros puderam ser observadas. Sorte para os surfistas que aproveitaram este momento.

Ressaca assustou quem passava pela Enseada de Botafogo. Foto de Tasso Marcelo/ Agência Estado.

Essa condição foi causada pela passagem de uma frente fria, uma semana atrás, que afetou o mar, deixando-o sob a influência de um sistema de alta pressão. Situação que será mais frequente nesta época do ano, final do outono e durante o inverno.

O sistema de alta pressão causa ventos moderados a fortes, que sopram por um período prolongado de tempo, proporcionando empilhamentos ou afastamentos da massa d’água em direção à costa, aumentando o nível médio do mar. Chamamos este fenômeno de maré Meteorológica. A situação de superelevação exagerada do nível médio do mar pode trazer grandes problemas para as cidades litorâneas, como inundações, destruição de estruturas costeiras, interdição de portos e transtornos à navegação.

Imagem de satélite. Foto: Reprodução/Cptec/Inpe.

A geração de ondas se dá pela transferência de quantidade de movimento do vento para a superfície de água, a qual se deforma na busca de uma nova situação de equilíbrio, dando origem à onda propriamente dita.

Esse processo depende da intensidade do vento, da duração da ação desse vento e da extensão da área de atuação do vento sobre a superfície de água, chamada de pista. Então, quanto maior a intensidade, a duração do vento e a distância até a praia, maior será a altura de onda.

Mas este crescimento não é infinito, ou seja, mesmo que o vento continue atuando indefinidamente, há um estado limite de crescimento do mar, chamado de mar completamente desenvolvido.  Momento em que toda a energia recebida do vento é dissipada pelas ondas. Então, para cada tipo de vento há um tamanho de ondas máximas.

Foto de Perla Rodrigues/ G1.

Para a drenagem urbana em cidades litorâneas, uma das situações mais críticas é quando uma grande chuva ocorre ao mesmo tempo de uma maré alta. Como drenar a cidade em uma situação dessas? Como calcular o efeito dessas cheias no sistema de drenagem? Quais medidas podem ser tomadas para minimizar esses efeitos? Essas são perguntas para serem respondidas em um próximo post

Beijokas

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Mostrando 2 comentários
  • Ricardo Castro Nunes de Oliveira
    Responder

    Luiza,gostei, esclarecedor. Devemos observar que algumas cidades litorâneas podem ter suas condições de drenagem fortemente influenciadas pela erosão da costa e mobilidade do mar. Nesse ponto é que me pergunto até que ponto as áreas próximas a foz do Paraíba do Sul passarão a sofrer com a construção de Simplício e a alteração no volume de sedimentos historicamente carreados.

    • Luiza Ribeiro
      Responder

      Oi Ricardo, primeiramente, obrigada pelos comentários nos posts da AQF.
      Realmente não podemos deixar de pensar nas interferências que as barragens sem transpasse de sedimentos vão trazer para o transporte de sedimentos e a hidrodinâmica dos rios. Principalmente para as regiões estuarinas que são bastante sensíveis às variabilidades.

      Beijos!

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