em Meio Ambiente, Qualidade da Água, Recursos Hídricos
Acabo de passar 20 dias na Chapada Diamantina, paraíso brasileiro famoso por suas imponentes formações rochosas e pelos seus recursos hídricos. Além de admirar e curtir esse lugar tão especial da Bahia, aproveitei para registrar e destacar aqui no blog curiosidades das águas da região.

Vista do Morro do Pai Inácio, cidade de Palmeiras

A Chapada Diamantina é uma região de serras, protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, situada no centro do estado brasileiro da Bahia, onde nascem vários rios baianos, como todos da bacia do Paraguaçu, famoso rio da região que desemboca na Baía de Todos os Santos, e do Rio de Contas, que chega na famosa cidade de surf Itacaré. Essas correntes de águas brotam nos cumes e deslizam pelo relevo em belos regatos, despencam em borbulhantes cachoeiras e formam transparentes piscinas naturais. O parque nacional é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A coloração das águas chama a atenção dos visitantes. Grande parte dos rios e córregos tem uma coloração escura, que lembra a cor de coca-cola. Em um primeiro momento, imaginei que fosse consequência da quantidade de ferro. Porém, trata-se do resíduo do processo de decomposição das plantas. As pessoas da região dizem que essa água é milagrosa e que faz bem para nosso organismo, principalmente para aqueles que sofrem de prisão de ventre.

Cachoeira do Buracão e seu poço, cidade de Ibicoara

Além das águas escuras, a Chapada também encanta com suas águas cristalinas. Algumas delas são observadas na Fazenda da Pratinha, na cidade de Iraquara, onde estão as grutas da Pratinha e Azul, e na cidade de Itaetê, nos poços Encantado e Azul. A transparência é tanta, que é possível observar pedras e troncos de árvores a uma profundidade de até 60 metros. Em alguns períodos do ano, a entrada de raios solares e seus efeitos na água deixa o lugar ainda mais encantador. Uma das justificativas para tanta limpidez é a existência de elementos como o carbonato de cálcio, que filtra a água e contribui para a transparência. Tal fenômeno já foi explicado no post sobre Bonito-MS.

Poço Encantado, na cidade de Itaetê

Na minha passagem pela Chapada, pude caminhar por dentro do leito de vários rios, o que só é possível na época de seca. Segundo a população local, o clima na Chapada é dividido em duas fases climáticas bem distintas. E essa sazonalidade proporciona experiências diferentes aos que vivem e visitam o lugar. Entre novembro e fevereiro, os rios ficam caldalosos, as cachoeiras ficam cheias e a força da água chega a interferir no crescente ecoturismo. Um exemplo: a trilha que leva à Cachoeira da Fumacinha, no município de Ibicoara, com frequência fica fechada durante este período.

Cachoeira da Fumacinha, cidade de Ibicoara

Devido à hidrogeomorfologia da região, alguns rios só ficam visíveis uma vez ao ano. No resto do tempo, as águas correm sob as pedras presentes na superfície. Esse é um exemplo de rios intermitentes. Você sabe o que é rio intermitente? Leia aqui!
A Chapada Diamantina é riquíssima em relação aos recursos hídricos e meio ambiente. E o ecoturismo é uma ótima alternativa para gerar renda para os moradores e incentivar a preservação. Visite assim que puder! Eu recomendo!
Abraços e até a próxima!

Poço Azul

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