em Meio Ambiente, Políticas públicas, Resíduos Sólidos

Fonte da imagem de capa: https://3.bp.blogspot.com/

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Duas cenas marcaram o carnaval carioca deste ano: a alegria, a irreverencia e a criatividade dos foliões, mas também a imundice deixada nos finais dos blocos. Foi incrível ver a quantidade de lixo abandonado nas ruas, praças e praias do Rio. A prefeitura informou que, no período entre sexta e terça de carnaval, cerca de 770 toneladas de resíduos foram removidos pelos funcionários da COMLURB. Valor 20% maior que no carnaval do ano passado. Mas afinal para onde vai esse lixo todo?

Imagem: Carlão Limeira/UOL

Segundo as publicações do IBGE, entre os anos de 2000 e 2008, houve uma melhora considerável nos índices do sistema de resíduos sólidos das cidades brasileiras, o que representou um avanço nesse setor.

Em oito anos, o percentual de municípios que destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto caiu de 72,3% para 50,8%, enquanto os que utilizavam aterros sanitários cresceram de 17,3% para 27,7%. Ao mesmo tempo, o número de programas de coleta seletiva dobrou, passando de 451 em 2000 para 994 em 2008, concentrando-se, sobretudo, nas regiões Sul e Sudeste, onde, respectivamente, 46% e 32,4% dos municípios informaram ter coleta seletiva em todos os distritos. 

Porém, é notável que esses valores estejam bastante inferiores dos que são considerados aceitáveis como destinação ambientalmente adequada. Podendo estar representando situações em que a má gestão de resíduos sólidos causa danos à saúde pública e grandes impactos ambientais.

Com o crescimento das cidades e, consequentemente, da produção de lixo, somado com a diminuição das áreas disponíveis para a disposição final dos resíduos, a situação fica ainda mais inquietante.

 

Foto: DINO / DINO. Disponível em https://www.terra.com.br/noticias/dino/campinas-investe-em-ppp-para-tratar-o-lixo-da-cidade-destaca-felipe-montoro-jens,21212f74c05483dd864a46f033584bf6ynji8o1e.html

 

Preocupados com uma futura crise, alguns países adotaram uma nova filosofia para tratar as questões dos resíduos urbanos, a qual se busca a não geração, a redução, a reutilização, a reciclagem e o tratamento dos resíduos sólidos.

 

Hierarquia do lixo

 

Portanto, enquanto nos países do norte europeu a reciclagem corresponde a 60%, a produção de energia através do lixo 39% e o aterro a 1%, nos países mais pobres a reciclagem é de 20%, energia 10% e destinação final (não necessariamente através dos aterros sanitários) é de 70%.

O Brasil ainda está “engatinhando” nesse setor. Precisamos incentivar os 3R’s (Redução, Reutilização e Reciclagem); investir em aproveitamento energético através dos resíduos; e eliminar e recuperar os lixões, ambiente de estrema indignação, não só devido aos impactos que a contaminação do solo e da água e a grande proliferação de vetores ocasionam, mas também pelo tipo de trabalho desumano que muitas vezes está associado aos lixões.  Esses três pontos citados acima são importantes desafios da Política Nacional de Resíduos Sólidos e que precisam da cooperação de todos nós. Então, antes de jogar qualquer tipo de lixo fora, reflita sobre uma melhor destinação para ele.

 

Foto: Paduardo / Ag. News

 

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Comentários
  • Matheus M. Sousa
    Responder

    Vale ressaltar que a produção de resíduos sólidos domésticos e de escritórios (o lixo urbano) é apenas uma pequena porcentagem da produção total (menos de 5%) de resíduos. Os grandes produtores de resíduos sólidos são mineradoras, indústrias e a agricultura. Ou seja, não basta mudarmos nossos hábitos com relação ao lixo que produzimos (se todo ele fosse reciclado a diferença é de menos de 5%…), mas devemos mudar nossos padrões de consumo e os meios de produção de nossa sociedade.

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