em Drenagem Urbana, Inundações, Meio Ambiente, Políticas públicas, Saneamento

Todos os anos, várias cidades brasileiras sofrem com severos problemas de inundação, contabilizando perdas econômicas e, infelizmente, de vidas. Neste 2018 recém nascido, não há nada de novo, com enchentes alcançando zonas urbanas densas em cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, deixando danos e prejuízos para a população. Uma boa gestão urbana já deveria ter mapeado todas as áreas historicamente mais atingidas por inundações, mas seguimos negligenciando a importância do registro histórico, que poderia subsidiar estratégias para redução dos riscos e aumento da resiliência de nossas cidades.

Resultado do forte temporal que atingiu a cidade de São Paulo, que inundou e arrastou carros nos arredores do famoso Beco do Batman. Foto: Reprodução/TV Globo

O mapeamento de inundações também pode ser realizado com auxílio de ferramentas computacionais, capazes de simular os fenômenos envolvidos nos processos de enchentes. Esta técnica, muito utilizada para o gerenciamento de risco no planejamento urbano, já foi abordada no Cidade das Águas em inúmeros textos:

Mas se as áreas mais afetadas já são tão conhecidas por todos, não seria suficiente registrar as ocorrências e mapeá-las?

O mapeamento das áreas afetadas deve ser continuamente realizado, mas é imprescindível que seja realizado um estudo com uso de modelagem matemática para simulação das enchentes. Tais estudos possibilitam o diagnóstico de bacias frente a ocorrência de diversos cenários hidrológicos. Por exemplo, regiões recentemente ocupadas podem não ter ainda registrado grandes inundações, mas estão em área de risco, mesmo que com menor probabilidade de serem atingidas. Outra vantagem do uso de modelos matemáticos é a previsão do funcionamento de possíveis intervenções no sistema de drenagem ou mesmo dos impactos da expansão urbana no sistema hídrico. Se quiser saber mais sobre o assunto, não deixe de baixar nosso eBook gratuitoModelagem de Sistemas Hídricos“.

Aprofundando mais as vantagens de um bom mapeamento de inundações com uso de modelagem matemática, existe todo o mundo do gerenciamento de risco, que busca, de forma resumida, ajustar um aceitável nível de risco na relação entre as cidades e o ciclo das enchentes. Para entender melhor, primeiro é necessário saber que risco não é perigo e, para isso, leia nossos textos “Sobre riscos e perigos…” e “Risco: uma palavra, muitos significados“.

A partir do conhecimento dos padrões de comportamento das enchentes podem ser mapeados os riscos, subsidiando, assim, planos de ação emergencial, de zoneamento urbano, de monitoramento e alerta e, ainda, prevendo a eficiência de obras no sistema de drenagem. As principais características das enchentes são: sua abrangência, as profundidades máximas, as velocidades do escoamento nas áreas urbanas e o tempo em que determinadas áreas permanecem alagadas.

Todas essas características são importantes para o planejamento das cidades, quando há interesse no gerenciamento do risco. Assumir esta postura, garantirá uma significativa redução dos danos e prejuízos associados às enchentes, uma vez que induz a um correto manejo do uso do solo, diminuindo a exposição desnecessária de novas estruturas e pessoas e possibilitando a criação de estratégias de redução de danos em áreas de risco já ocupadas.

Para um estudo de mapeamento de risco de inundações abrangente, a escolha da ferramenta de modelagem é muito importante, pois ela definirá quais respostas estarão disponíveis para avaliação do processo de inundação.  Na AquaFluxus, utilizamos o MODCEL, que, além de simular o escoamento na calha dos rios, nos canais e nas galerias subterrâneas, também considera o escoamento superficial sobre a planície. Com essa estrutura de modelagem, é possível avaliar todas as características da enchente, de forma espacializada em toda a área de interesse, que deverá ser mapeada.

Infelizmente, poucos municípios brasileiros possuem estudos de mapeamento do risco de inundação, mesmo municípios importantes, como o Rio de Janeiro, que conta com ações isoladas em bacias específicas, mas ainda não investiu em uma ação contínua de mapeamento, que envolveria a modelagem de todo o território, com atualizações contínuas, incorporando eventuais intervenções nos sistemas de drenagem ou expansão/crescimento urbano.

Conhece boas iniciativas de mapeamento de risco de inundações em municípios do Brasil ou tem interesse em saber mais da potencialidade da ferramenta para o seu município? Entre em contato com a AquaFluxus:

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