em Não categorizado, Recursos Hídricos

Foto de capa: Rabax63, CC BY-SA 4.0,  via Wikimedia Commons

________________________________________________________________________________________________________

É comum, nos dias de hoje, vermos casas “penduradas” à beira de rios que cruzam a malha urbana de cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo. Esse tipo de habitação geralmente está em condições precárias e irregulares. As casas invadem um espaço necessário ao extravasamento natural do rio, atuando como uma espécie de “dique” e acabam, elas próprias, por sofrerem as consequências das cheias, agravadas justamente pela sua existência em local inadequado.

Rio Dona Eugênia, Baixada Fluminense. (Fonte: Alvoradaking, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons)

Mudar o desenho urbano e reassentar famílias não é algo fácil. Nós mesmos, em posts anteriores, já nos questionamos sobre como solucionar esse problema.

No entanto, quando visitamos cidades cuja história remete à Antiguidade, percebemos que a grande maioria delas se desenvolveu em áreas associadas aos rios.

A civilização egípcia se desenvolveu às margens do Nilo. (Fonte: Pexels)

Considerando que essa conformação não se deu ao acaso, por que esses casos são diferentes dos primeiros que relatamos?

A escolha dessas áreas, pelas civilizações antigas, se deu em função da necessidade de água para abastecimento, de terras férteis e de irrigação para a produção de alimentos excedentes para abastecê-las, da possibilidade de utilizar o rio em rotas comerciais e também pela proteção conferida pelo rio como barreira natural.

Alguns exemplos de cidades marcantes deste período são: Babilônia (posteriormente Bagdá, banhada pelos rios Tigres e Eufrates), Mênfis (posteriormente Cairo, banhada pelo rio Nilo), Harapa (na bacia do rio Indu) e Roma (nascida junto ao rio Tibre).

A cidade do Cairo as margens do Nilo em dias atuais. (Fonte: Imagem de Remon Samuel por Pixabay)

Se civilizações antigas, responsáveis pelo desenvolvimento de cidades grandiosas, como as citadas, souberam conviver com a existência dos rios e suas cheias naturais, utilizando-se delas para a sua própria sobrevivência, por que as cidades atuais vivem um descompasso tão grande com o regime dos rios?

Rio Tibre, foto de Nadia Shira Cohen/NYT. (Fonte: Gazeta do Povo)

Aprender a conviver com os rios, respeitar seus ciclos de cheias e os “caminhos naturais da água” é o grande desafio da “Drenagem Urbana Sustentável” e razão de existir da AquaFluxus!

Postagens Recentes

Deixe um Comentário

Contato

Entre em contato conosco.